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Ninho de Tuiuiús, destruído por fogo e reconstruído de forma artificial, volta a receber aves no Pantanal

O local, tombado como patrimônio do Bioma, foi destruído pelas queimadas em 2020 e reestabelecido, também no mesmo ano.

Símbolo do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, o ninho de Tuiuiús que foi destruído pelo fogo, em 2020, e reconstruído de forma artificial no mesmo ano, ganhou novos moradores recentemente: um casal da espécie de ave, típica do Bioma.

As queimadas que devastaram mais de 4,5 milhões de hectares do Pantanal também atingiram o símbolo, tombado como patrimônio do Bioma, no dia 28 de setembro de 2020. As imagens no ano passado, feitas por um motorista, mostraram o drama da queimada do ninho icônico.

O ninho que ficava às margens da BR-262, logo depois da ponte sobre o rio Paraguai, no Porto Morrinho, está a cerca de 70 km da cidade, foi reconstruído em novembro de 2020, entre parceira da Energisa, Fundação de Meio Ambiente de Corumbá, Embrapa Pantanal e Projeto Arara Azul.

Sete meses após o reestabelecimento do local, o ninho artificial ganhou os novos moradores. O casal de tuiuiús “adotou” o local como morada, e os registros com as aves sobre o “novo lar” ganhou as redes sociais.

Fotos mostram nova morada de aves típicas do Pantanal, na BR-262 — Foto: Alexander de Oliveira

Fotos mostram nova morada de aves típicas do Pantanal, na BR-262 — Foto: Alexander de Oliveira

Walfrido Tomás, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), destacou que o registro do casal no ninho indica que as previsões das equipes que reconstruíram o local estavam certas.

“Estávamos na expectativa de que voltassem para o local este ano, a fase reprodutiva deste animal inicia por volta de agosto. Este período, então, seria de retomada ao seu ninho, ou construção de um novo. O que deve ocorrer por agora é eles depositarem mais material acima da base já iniciada e no segundo semestre ter os ovos e depois os filhotes”, afirma o pesquisador.

“Sinônimo de esperança”, assim que Neiva Guedes, presidente do Instituto Arara Azul, definiu a vista das aves no ninho artificial. “É maravilhoso o sinal deles estarem de volta, local tão emblemático para a história, tombado inclusive como Patrimônio do Pantanal. O fato deles retornarem, reforça a fidelidade e memória de seu sítio de reprodução”.

Construção do ninho artificial

O ninho artificial foi construído ao lado de um pé de ipê, no alto de uma estrutura metálica usada em torres de transmissão. O espaço tem formato octogonal e foi forrado com pedaços de madeira do local, para deixar o mais próximo do ninho natural.

Inspirado nos ninhos artificiais construídos na Europa para abrigar cegonhas, o projeto em Mato Grosso do Sul foi executado com a altura similar da árvore destruída pelo fogo. No alto, madeiras típicas da região foram colocadas.

A iniciativa foi baseada em pesquisas da Embrapa Pantanal, Projeto Arara Azul e Fundação de Meio Ambiente do Pantanal.

O diretor-presidente da Energisa, uma das parceiras na construção do ninho artificial, destacou a importância do Pantanal para a sociedade e disse que a obra foi desafiadora.

“O Pantanal é um dos nossos maiores patrimônios. Ter abraçado essa causa e trabalhado para colocar a estrutura de 12 metros de altura em pé, de forma rápida, foi totalmente recompensado por esta cena dos tuiuiús no ninho. Ver a natureza se regenerando nos fala muito sobre a importância de unirmos forças, principalmente em momentos desafiadores. A natureza nos surpreende sempre e nos faz acreditar em dias melhores”, disse Marcelo Vinhaes.

G1 MS

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