Mais de cinco meses depois do início das investigações do estupro, de uma mulher, de 36 anos, que estava internada para tratar da Covid, no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), o enfermeiro que foi apontado como autor, pela apuração do caso, responde às acusações em liberdade.
De acordo com a delegada Maíra Machado, responsável pelas investigações, a prisão preventiva do enfermeiro, de 51 anos, foi pedida, mas não acatada pelo Poder Judiciário, mesmo tendo manifestação favorável por parte do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).

As investigações foram encaminhadas para apurar o crime de estupro de vulnerável, ocorrido no dia 04/02/2021. A delegada Maíra Machado disse que ao longo do processo de elucidação do caso, nove pessoas foram ouvidas, bem como a vítima. Imagens das câmeras de segurança do HRMS também foram acessadas e diversos documentos periciais requisitados.
O caso chegou até à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), por meio da mãe da vítima. A mulher, de 36 anos, que ficou internada para o tratamento de Covid-19 no HRMS no começo de fevereiro deste ano, em Campo Grande, gravou um áudio e pediu para a mãe levar até a delegacia, denunciando um suposto caso de estupro.
Entenda o caso
Internada por cerca de 15 dias no mês de fevereiro, com o diagnóstico de Covid-19, a paciente gravou um áudio e pediu para a mãe levar até a delegacia, denunciando suposto crime no hospital. No depoimento, ela disse que o suspeito se apresentou durante a madrugada e disse que ia cuidar dela. A noite, porém, “foi de terror”, ainda conforme o relato da mulher.
Segundo a denúncia, a mulher diz que percebeu o crime quando começou a sentir frio e o suspeito teria retirado a coberta, pegado um óleo e dito a ela que “era bom em massagem”.
“Eu não conseguia nem entender, falar direito e ele derramou o óleo e senti os dedos dele. Fiquei desesperada, ele pedia calma, pedia para não chamar a atenção e comecei a tossir muito até que outra enfermeira chegou e perguntou o motivo dele estar ali com a luz apagada. Aí depois veio o médico, ele ainda ficou ali um tempo com medo de eu falar algo, até que minha mãe ligou e eu consegui contar por cima”, relembrou.
Após a ligação, a mulher disse que recebeu a visita de uma assistente social, além de outras profissionais que a acalmaram. Em seguida, ela gravou um áudio e a mãe registrou um boletim de ocorrência por estupro de vulnerável.
G1MS
