Vice-reitoria e Pró-reitoria de Ensino apresentaram plano da gestão para repensar o ensino superior na UEMS
A vice-reitora da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), profa. Dra. Luciana Ferreira, e o pró-reitor de Ensino, prof. Dr. Walter Guedes, realizaram visitas às Unidades Universitárias de Paranaíba e Cassilândia no último dia 13 de agosto, apresentando a “Agenda de Trabalho com os Docentes da UEMS”. O objetivo desta iniciativa é discutir o modelo de formação do ensino universitário, promovendo debates e reflexões para aprimorar e aperfeiçoar uma nova proposta para oferta de ensino superior na universidade. A ação é uma iniciativa conjunta da Pró-reitoria de Ensino (PROE), Reitoria e Conselho Gestor.
As reuniões promovidas junto aos docentes da UEMS Paranaíba e UEMS/Cassilândia tiveram a participação das chefias de Núcleo de Ensino e a pauta abordou os Eixos Estratégicos de Atuação atual Gestão da UEMS. Foram apresentados e discutidos os principais avanços e desafios enfrentados pela instituição, bem como as iniciativas em andamento para fortalecer o ensino superior ofertado pela Instituição.
Para a profa. Dra. Luciana Ferreira, vice-reitora da UEMS, o Programa “está alinhado diretamente com um dos objetivos do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que trata do fortalecimento dos cursos de graduação. Então, repensar o currículo universitário para além dos componentes curriculares meramente de disciplinas vai preparar melhor o profissional formado pela UEMS para as demandas da sociedade atual. Além disso, vai propiciar um currículo universitário mais atraente pros nossos jovens porque a partir do momento que você pensa um currículo”.
De acordo com ela, esse trabalho tem sido ancorado numa discussão coletiva ampla e com bastante diálogo com a comunidade acadêmica. Em uma primeira etapa, a apresentação e envolvimento com os docentes foi realizada. E já nesta quinta-feira (29) ocorrerá o mesmo processo com os profissionais técnicos da educação superior e, no próximo ano, com os estudantes da UEMS. “Esse primeiro mês de visita às unidades universitárias foi muito importante pra poder fazer uma discussão com todos os docentes e pra pensar cenários e possibilidades pra essas unidades que tem sido visitadas”, conclui Luciana.
O pró-reitor de Ensino, prof. Dr. Walter Guedes detalha que “esta segunda etapa de visita às unidades universitárias têm oportunizado discussões com os docentes em torno da proposta de construção de um currículo integrado, flexível e internacionalizado. O diálogo constante e colaborativo entre a gestão e os professores é fundamental na construção de uma universidade que possibilite uma educação pautada nos princípios da diversidade, inclusão e acessibilidade, que promova o desenvolvimento e a cultura regional, e que fomente a pesquisa, a inovação e a internacionalização”.
Depoimentos de docentes das Unidades visitadas
“A discussão da Flexibilização curricular é muito bem-vinda quando pensamos em tornar a Universidade mais atrativa ao público mais jovens, onde cada vez estão chegando ao curso superior com afinidades por áreas de conhecimentos distintas, e quando pensamos em atendimento e diminuição da evasão de alunos a flexibilização pode ser uma alternativa.
O público que tem ingressado na universidade tem mudado bastante, e o grande desafio de manter os jovens nos cursos tradicionais têm sido um grande batalha, além das unidades básicas e posteriormente para as áreas específicas, a integração da pesquisa, extensão e internacionalização pode tornar os cursos mais atrativos e com uma diminuição de evasão dos alunos”. Prof. Dr. Wellington Guimarães Junnyor (coordenador do curso de Agronomia da UEMS/Cassilândia).
“É importante saber que a UEMS tem agido de maneira ativa nessa questão, especificamente na preocupação em formar um profissional com uma visão ampliada da realidade, isto é, para além das fronteiras de seu curso de origem. Defendo a flexibilização, dado o caráter interdisciplinar que ela carrega, mas é tema complexo e precisa estar em fase com as peculiaridades de uma universidade multicampi, como é nosso caso, e com cenários locais muito específicos, daí a importância de dar espaço e voz aos cursos e unidades, como a UEMS está conduzindo a questão.
Sou de uma geração em que o acesso à universidade era muito restrito, e o ingresso ao mercado de trabalho era relativamente tranquilo para aqueles que tinham o privilégio de fazer um curso superior. Hoje ocorre exatamente o contrário, mas a maneira como as universidades lidam com a questão ainda se parece com o meu tempo. É hora de buscarmos alternativas e fazermos experimentos. A flexibilização é uma das possibilidades e entendo que deva ser testada, dada a chance que dá ao estudante de refinar sua formação conforme seus interesses, além de ampliar o escopo de sua formação”. Prof. Dr. Geovane Gomes (curso de Sociologia – Licenciatura, da UEMS/Paranaíba).
“A flexibilização curricular está promovendo estudos e reflexões sobre diferentes possibilidades de organização de cursos de graduação, nos tira da zona de conforto para debatermos necessidades postas pela sociedade de modo geral. Também, tem sido importante para tornar a universidade aberta a novos desafios contemporâneos, possibilitando aos acadêmicos conclusão da graduação mais rapidamente ou fazer um segundo curso com mais facilidade. Quando conhecemos outros cursos, debatemos sobre o que acontece em outras universidades, isso é muito importante, olhar experiências que estão dando certo, garantindo a permanência dos mesmos.
A ação da UEMS é muito necessária, oportuna, interessante e tem sido bem planejada, tem tudo para dar certo, visto que está valorizando todos os profissionais envolvidos nessa construção. Como estamos debatendo em várias regiões do Estado de Mato Grosso do Sul, com certeza chegaremos em um denominador comum que seja importante para todos os cursos da UEMS”. Profa. Dra. Irene Coelho de Araújo (coordenadora do curso de Matemática – Licenciatura, da UEMS/Cassilândia).
“A iniciativa seria de grande ousadia se o verbo “flexibilizar” o currículo fosse sinônimo para que todos os estudantes/ todas as estudantes desenvolvessem suas potencialidades. No entanto, aqui reside o ponto central: a locução “flexibilizar” significa que, ao invés de se ter uma grade curricular rígida, reflete-se a possibilidade de implementar uma rede interconectada que possibilite ao aluno/à aluna compor o seu percurso (curso) dentro da sua formação universitária.
Estamos abertos a diálogos e aguardando mais informações para uma resposta adequada diante de tantas dúvidas que surgiram. Pensamos ser muito cedo para um apontamento final que resuma a opinião completa de toda a equipe de docentes. Todavia, Repensar o ensino superior no Brasil é algo urgente e necessário. Uma Universidade mais atraente para os jovens é uma instituição comprometida com a efetiva implementação do art. 207 da Constituição de 1988 (ensino, pesquisa e extensão). A atual gestão tem ótimas intenções para a UEMS, tomara que possamos construir com as propostas e que estas possam nos levar a um projeto estável, onde os exemplos a serem testáveis passe pela eliminação de erros a fim de atingir a maior potência de ensino. Essa sim seria uma Universidade atrativa”. Profa. Dra. Elisabeth Maria de Mendonça Silva (coordenadora do curso de Direito da UEMS/Paranaíba.