Hugleice da Silva, de 37 anos, foi condenado a cumprir 12 anos e três meses de prisão pela tentativa de homicídio contra a ex-mulher, Mayara Bianca Barbosa Rodrigues, de 31 anos, com golpes de faca em novembro de 2018, no Bairro Jardim Santa Maria, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. A decisão do juiz Wagner Plaza Machado Junior foi proferida nessa quarta-feira (11).
O G1 tenta localizar a defesa de Hegleice da Silva.
Conforme o Ministério Público Estadual (MPE), Hegleice só não consumou o assassino por circunstâncias alheias às suas vontades, já que a vítima conseguiu se desvencilhar dele e foi socorrida por alguns vizinhos.
Ainda segundo o MP, ele não teria gostado das mensagens que encontrou no celular da mulher e passou a agredi-la. Mayara foi esfaqueada em várias partes do corpo. Depois, o marido ainda a amarrou e cortou o pescoço dela.
Depois de agredir a mulher, ele fugiu e não teria mais sido visto até ser capturado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ele foi encaminhado para a delegacia de Dourados (MS).
Segundo consta, Hugleice teria aguardado a saída de seus compadres d casa em que estavam hospedados, desligado as câmaras de vigilância e, certificando-se de que estavam sozinhos, deslocou-se para o quarto em que a vítima estava dormindo e, utilizando-se de uma fita transparente, a imobilizou, amarrando seus braços e pernas. Em seguida, a obrigou a entrar no porta-malas de seu carro. Neste momento, a vítima teria reagido e foi atacada com chutes e socos, sendo, em seguida, golpeada com uma faca em seu pescoço. Ela saiu correndo em busca de socorro.
O Tribunal do Júri, por meio de votação sigilosa, afirmou por maioria, a materialidade das lesões corporais produzidas na vítima, reconhecendo que o réu Hugleice da Silva foi o autor dos golpes contra ela, cujo intento assassino não se consumou por circunstâncias alheias a sua vontade. Confirmaram também a ocorrência da qualificadora do motivo torpe, do recurso que dificultou a defesa e que o delito foi praticado por razão da condição do sexo feminino envolvendo violência doméstica e familiar.
Para o juiz, “a culpabilidade do acusado merece destaque, vez que havia premeditado toda ação, conforme consta dos autos, o réu aguardou a saída do proprietário da casa e, não satisfeito, ficou insistindo para que a proprietária acordasse e saísse, persistindo a mesma que retirasse seu veículo da garagem, para que o réu manobrasse o veículo de forma a facilitar a colocação da vítima em seu porta-malas”.
Na sentença, consta que “os elementos de conduta social e personalidade do acusado destoam do almejado pela sociedade, posto que o réu é reconhecidamente violento, tendo tendência ao cometimento de crimes contra a vida, respondendo a uma ação penal pela possível prática do crime de aborto de seu próprio filho, concebido com a sua cunhada, em relação extraconjugal”.
Crime em Mato Grosso do Sul
Segundo a família, Marielly desapareceu em Campo Grande no dia 21 de maio daquele ano. O corpo dela foi encontrado em um canavial na cidade de Sidrolândia, a 70 quilômetros da capital, no dia 11 de junho de 2011.
Hugleice e um enfermeiro foram presos, suspeitos de envolvimento na morte da jovem. Inicialmente, Hugleice negou que tivesse qualquer relação com o caso, mas confessou que teve um relacionamento com a garota e que a levou para abortar em Sidrolândia.
Ele disse que pegou o telefone do enfermeiro com um caminhoneiro e marcou encontro na casa dele, em Sidrolândia. Hugleice disse à polícia que o enfermeiro contou que o procedimento deu errado e a jovem morreu.
Os dois teriam levado o corpo para o canavial. Hugleice nega que seja o pai da criança que a cunhada esperava.
FONTE: G1MS