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Prefeitura de Maracaju tinha conta exclusiva para desvio de dinheiro e pagamento de propina

A investigação da Polícia Civil, por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), apontou que para operar o esquema de desvio de dinheiro público a Prefeitura de Maracaju usava uma conta exclusiva para pagamentos de propinas e contratação de fornecedores sem que passassem por processos licitatórios.

Em entrevista ao Correio do Estado, a delegada Ana Cláudia Medina, que coordenou a operação explicou que a conta paralela existe pelo menos desde 2019, que servia para movimentar valores sem controle dos órgãos de controle do município.

“Na gestão de 2019 e 2020, foram movimentados valores em uma conta paralela, que foi criada para movimentar uma folha de pagamento de servidores de forma clandestina e, também, para o pagamento de fornecedores sem qualquer tipo de licitação”, detalhou Medina.

A delegada também acrescentou que a operação, que teve sua 3ª fase desencadeada na manhã desta quarta-feira (7), começou justamente com a apuração de que R$ 23 milhões tinham sido desviados da prefeitura de Maracaju, provavelmente por meio desta conta sem fiscalização.

Ao que tudo indica pelo menos 11 vereadores dos 13 que exerceram mandatos entre 2019 e 2020 participavam do esquema de corrupção. Destes 11, oito acabaram sendo reeleitos para uma nova gestão, mas estão com as atividades na Câmara Municipal suspensas por, pelo menos, 30 dias.

Por meio das investigações foi apurado que o esquema de desvio de verba não se limitava aos servidores da prefeitura e fornecedores, mas também incluía o pagamento de propina para vereadores.

O repasse tinha como contrapartida o afrouxamento das fiscalizações por parte dos parlamentares e também aprovação de projetos de leis de interesse do Executivo Municipal.

Estima-se que dos R$ 23 milhões desviados dos cofres públicos, cerca de R$ 1,3 milhões foram destinados aos vereadores que faziam parte do esquema. 

FASES DA OPERAÇÃO 

A operação batizada de Dark Money está em sua 3ª fase, onde mira exclusivamente o recebimento de propina pelos vereadores e investigará qual a origem dos valores encontrados tanto em dinheiro vivo quanto em cédulas de cheques.

De acordo com  Medida, na primeira fase foram apuradas desvio de verbas para pagamentos extraordinários de servidores da prefeitura, quando algumas pessoas foram presas temporariamente.

Já a segunda fase atingiu os servidores do alto escalão como ex-secretários, que também recebiam quantias em dinheiro fora da folha de pagamento. Nesta fase, as prisões foram convertidas em preventivas.

Agora, foram presos em flagrante dois vereadores e mais duas pessoas que não tinham mandados públicos, sendo que uma delas é apontada como “laranja” de um dos parlamentares e o outro é filho de outro vereador.

Os quatro foram presos por posse ilegal de arma de fogo e munições, no entanto, como é um crime afiançável, o valor foi pago e todos já estão em liberdade.

Após o encerramento das buscas e apreensões em Maracaju todos os materiais encontrados foram direcionados para a sede do Dracco, em Campo Grande.

O andamento da operação dependerá do conteúdo que for encontrado nos materiais apreendidos.

“Agora o foco foi na arrecadação feita e cumprimentos das medidas cautelares e dos mandados de busca e apreensão. Então, há chances de ter outra fase, mas depende do que a gente vai analisar “. concluiu Medina. 

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