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Retomada da equoterapia é símbolo de esperança para famílias de praticantes

Depois de uma pausa de cinco meses motivada pela pandemia do novo coronavírus, o Centro de Equoterapia da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul iniciou a retomada gradativa de suas atividades com os alunos de Campo Grande. O método terapêutico com que se utiliza de cavalos é considerado um dos principais tratamentos de reabilitação para pessoas com limitações físicas ou mentais. 

Enzo em contato com o animal

A família Rocha faz questão de acompanhar o pequeno Enzo de 5 anos nas atividades. Sara e Carlos falam da importância do Centro de Equoterapia na vida deles. “Com essa retomada a gente fica com o coração mais tranquilo sabendo que pode dar continuidade aos atendimentos dele”, afirma a mãe. “Para eles esse contato com os animais aqui traz uma tranquilidade. É até uma calmaria quando fala que vem pra cá, já vem feliz, com aquela ansiedade de saber que vai ter contato com o animal, então isso pra gente é muito gratificante”, completa o pai. 

Mãe da Manuella de 4 anos, Luciana Soares conta que foi difícil manter as atividades em casa, e se emociona ao falar do quanto a equoterapia faz bem para melhorar não só a curvatura da coluna da filha, mas o psicológico e todas as outras áreas. “Está ajudando a melhorar a qualidade de vida dela”, define.

Manuella com a mãe e o irmão e um dos instrutores do Centro de Equoterapia

Sobre a volta das atividades ela se emociona. “Conversar, ver gente, isso é muito bom. Aquele calor humano de rever as amigas especiais. Porque a gente já tem uma vida social que é assim restrita né? Não é qualquer lugar que dá pra ir, agora mais ainda. Mas estou feliz que as coisas já estão melhorando, já vão voltar aos poucos as atividades normais. Isso faz bem pra eles”. 

Depois de tantos dias sem atividades o reencontro entre os profissionais, pais e alunos segue um protocolo elaborado especialmente para as aulas de equoterapia, com a devida paramentação e medidas de higiene para proteção de todos. 

O momento é de adaptação, tanto para os profissionais que atuam no Centro de Equoterapia, quanto para os praticantes, segundo Vanderlei Roberto Lorensetti, coordenador estadual do projeto. “Hoje houve uma aceitação razoável com os praticantes em relação ao nosso paramento. Essa é a mais fechada possível. Capa de plástico, óculos, visor, máscara, além das luvas. Tudo é novo e diferente. E aqui antes era bem ao ar livre, agora se tornou bastante restrito, mas ainda assim as crianças têm gostado”, descreve sobre o novo normal. 

O fisioterapeuta Valdinei e a tenente-coronel da PMMS Neidy

Uma das fundadoras da iniciativa há 19 anos, a tenente-coronel Neidy Nunes Barbosa Centurião fala com carinho das muitas vidas que já foram transformadas através da equoterapia. “As crianças vem e tem a possibilidade de mudar a vida delas. Tem crianças que chegaram aqui sem andar e andaram, pessoa que não conseguia sequer sentar, e hoje se mantém ereta com uma qualidade de saúde melhor. O carro chefe daqui de fato é o amor. Já que tem as dificuldades que a vida impõe, vamos tentar diminuir essa dificuldade”, define a presidente do Centro.  

Para ela a atividade que faz brilhar os olhos de colaboradores e alunos funciona como uma terapia emocional. “Na verdade eles encaram como se estivessem vindo passear a cavalo. Eles criam um vínculo de amizade com os animais, sabem os nomes de cada um e trazem até cenourinha para os “seus” cavalos”, descreve. 

Antes da pandemia o Centro de Equoterapia em Campo Grande contava com 132 alunos, entre idosos e crianças, porém a retomada será com cerca de 50% dos praticantes. A unidade servirá de modelo piloto para o retorno gradual das atividades nos municípios de Aquidauana, Corumbá, Dourados e Nova Andradina onde a PM também mantinha o projeto ativo para os praticantes antes da Covid-19. Juntas as unidades realizavam cerca de 500 atendimentos semanais. 

Com duração de 40 minutos as aulas acontecem uma vez na semana por praticante. Nos meses em que as atividades estiveram suspensas, os profissionais que atuam no centro – fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, educadores físicos – utilizaram de recursos tecnológicos para manter a proximidade com os praticantes por meio de mensagens de áudio, fotos e vídeos.

Fonte: Agência Brasil

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