Uma equipe da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) efetuou a prisão de um homem de 36 anos na zona rural da cidade de Pedranópolis (SP) indiciado pela prática de estupro ocorrido em Paranaíba no ano de 2011. A prisão ocorreu no dia 25 de agosto deste ano.
A vítima voltava da casa do namorado por volta de 1h quando foi abordada por um homem que colocou uma faca em seu pescoço e a ameaçou de morte. Em seguida, em um terreno baldio e, com emprego de violência, a estuprou. Logo após os fatos, o autor fugiu e a vítima, após atendimento médico, foi encaminhada à Polícia Civil.
De pronto foi submetida a exame de corpo de delito e foi colhido material genético para posterior confronto com eventual suspeito. Segundo a delegada Eva Maira Cogo, por mais de um ano de investigação e diversas diligências realizadas, não foi possível esclarecer a autoria do crime e o Inquérito Policial foi encaminhado ao Poder Judiciário com a ressalva de que, surgindo fatos novos, seriam de pronto investigados. Na época ainda houve um suspeito que, segundo a vítima, poderia ser o autor do crime, mas o confronto genético deu negativo.
Em julho deste ano foi recebido pela DAM um laudo de identidade genética do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses de Campo Grande (IALF) em que informou que a amostra de DNA com perfil genético masculino encontrado durante o exame da vítima foi inserido como vestígio no Banco Nacional de Perfis Genéticos e tal amostra foi coincidente com amostra de um indivíduo o qual havia sido condenado por crime semelhante no Estado de São Paulo.
Assim, após quase 9 anos, foi identificado o autor do delito em questão. Os agentes localizaram o paradeiro do suspeito e a delegada titular representou pela prisão preventiva, a qual foi deferida pelo Poder Judiciário desta Comarca. No dia 25/08/2020, a equipe se deslocou até a cidade paulista e cumpriu o mandado de prisão.
“Esse homem não estava mais preso, mas durante prisão, agora é obrigatório que os condenados em crimes hediondos coletem material genético, esse é um avanço dos países desenvolvidos adotado também no Brasil. Com isso, já informaram a identificação do indivíduo e a equipe localizou ele em uma cidade de São Paulo, e no dia 25 fomos a Pedranópolis e efetuamos a prisão dele”, contou a delegada Eva Maira.
“Aqui em Paranaíba ele confessou o crime e já tinha certeza de que ficaria impune, porque ocorreu em 2011 e nada tinha acontecido com ele, mas graças a Deus o Banco Nacional De Material Genético possibilitou a elucidação do crime. Após identificação dele, chamei a vítima e coloquei seis fotos de homens com características semelhantes e ela reconheceu ‘de pronto’. Então temos o DNA, reconhecimento fotográfico e a confissão dele”, disse.
Ainda de acordo com a delegada, a coleta de material genético durante o corpo de delito foi importante para a elucidação do crime, por isso a vítima sempre deve procurar primeiro a polícia ou bombeiros. “Quando acontece esse tipo de crime a mulher sente muito nojo e quer logo tomar um banho, mas isso não é correto porque prejudica a prova. A roupa, calcinha, lençol são extremamente importantes. Há um tempo uma vítima veio registrar o boletim de ocorrência e trouxe short, calcinha e lençol e tudo isso é extremamente importante para a polícia, não pode descartar nada, pois às vezes com o pequeno detalhe é que a gente vai elucidar o crime”, concluiu a delegada.
Atualmente, a pena no Brasil é de 6 a 10 anos de reclusão para o criminoso.