Mulher morre por leishmaniose em Três Lagoas; 9ª morte pelo vírus em MS só este ano

0
72
https://www.drakeillafreitas.com.br/leishmaniose-visceral/

Segundo confirmação da Secretaria Estadual de Educação, uma mulher, de 58 anos, morreu por leishmaniose visceral em Três Lagoas (MS), na última quinta-feira (18). A paciente procurou atendimento médico de forma tardia.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros levou a paciente para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Três Lagoas. Na unidade, a mulher apresentou sintomas como fadiga, fraqueza e falta de apetite. No dia 5 deste mês, a mulher foi diagnosticada com a doença. Dois dias depois iniciou o tratamento que durou cinco dias.

A mulher possuía hipertensão e diabetes. 

Veja a nota da SES na íntegra abaixo:

“A paciente procurou atendimento médico no município, mas a investigação epidemiológica identificou que ocorreu de forma tardia. No último atendimento, a paciente foi encaminhada por uma equipe do Corpo de Bombeiros para uma UPA do município, depois de apresentar sintomas como fadiga, fraqueza e falta de apetite. No dia 05/08 foi diagnosticada com a doença. No 07/08 iniciou o tratamento por cinco dias. A mesma possuía doenças de base: hipertensão e diabetes e veio a óbito no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, no dia 18/08/22“.

DEPOIMENTO SOBRE A DOENÇA, por Márcio Seraguci.

“Doença terrível! Cheguei perto do óbito com ela. No ano passado comecei a passar mal no dia do meu aniversário (14 de março). Na primeira internação na Santa Casa de Paranaíba o diagnóstico foi covid-19. Fui para a ala respiratória e medicado. Acompanhei por uma semana o pior momento da pandemia. Vi e ouvi tudo que acontecia no isolamento. Pessoas assustadas, outras morrendo. Resultado do exame para covid deu negativo (demorou uma semana para chegar de Campo Grande). Tive alta. Dia seguinte os sintomas voltaram: febre, fraqueza e falta de apetite. Achava que ia morrer. Cheiro da comida provoca vômito. Mais uma semana internado, desta vez fora da ala respiratória, fui levado para o ambulatório. Novo diagnóstico seria dengue. Mais uma semana internado com febre, fraqueza e falta de apetite. Não era dengue. Mais uma alta hospitalar. Um dia em casa e achava que estava morrendo. Terceira internação. Desta vez a bateria de exames foi mais profunda. Além de outras comorbidades, o diagnóstico final: leishmaniose visceral. Perla terceira vez, mais de uma semana internado com uma medicação específica que demora duas horas para aplicar na veia durante sete dias. Na terceira e última internação teve um momento tenso com a falta de reação do organismo para a doença. Não comia, não bebia, não tinha forças. Medicação na veia de um braço com soro, bolsa de sangue na veia do outro braço e sonda para a alimentação, pois o estômago não aceitava alimento e nem líquido. Ventilou-se remover para Campo Grande para inserir plasma no sangue, os médicos de lá recusaram. O risco na Capital seria maior, pois os hospitais estavam abarrotados com contaminados pelo novo coronavírus, no auge da pandemia da covid. Após alta hospitalar, fiquei indo mais quatro meses, a cada 15 dias, na Santa Casa, para tomar o medicamento na veia por duas horas. Tinha uma reação terrível com dor no meio da coluna, insuportável. Reação do remédio. Até hoje faço o acompanhamento da doença. Minha vida mudou! Pra melhor, depois do sufoco, da experiência! Que não pretendo passar de novo! TOMEM CUIDADO COM ESTA DOENÇA.”